22 de junho de 2008

Especialistas de saúde querem século XXI como o dos direitos dos idosos



"O Tempo da Vida" foi discutido na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa. Foram seis horas de palmas e expressões de consternação sobre "Como se envelhece em Portugal". O debate andou entre a dependência na velhice, o isolamento, a reforma, os cuidados de saúde e o vislumbre de um envelhecimento com qualidade.

João Lobo Antunes e António Barreto presidiram à sessão. Médicos, políticos, psicólogos, economistas e um auditório cheio, de várias faixas etárias, estiveram de acordo de que é preciso fomentar medidas para melhorar a qualidade da velhice, num país em que metade da população idosa vive na pobreza.

Muitos temas foram abordados, as respostas nem sempre foram animadoras. Uma das lições: no século XXI é preciso descobrir os direitos dos idosos.

Do Alto-Comissariado da Saúde, Maria do Céu Machado defendeu a criação de um boletim de saúde do idoso (ao modelo do boletim de saúde infantil) com o historial do doente, no sentido de uma humanização de cuidados. E foi mais longe: sugeriu mesmo a existência de uma loja do cidadão para a pessoa idosa, um centro onde se fizessem representar várias especialidades para responder a todo o tipo de patologias.

Uma das visões optimistas do debate veio da Fundação Aga Khan, a finalizar um estudo sobre as necessidades dos portugueses com mais de 55 anos.
"Pretendemos começar a desenvolver as boas práticas que existem no estrangeiro e criar projectos na área da geriatria em Portugal", explicou Rita Barão, da Aga Khan.

Portugal encontra-se em 10° lugar no ranking do envelhecimento mundial. Em primeiro lugar está o Japão.Estima-se que em 2050 um em cada 3 portugueses tenha mais de 65 anos. Os idosos do futuro serão "mais instruídos e mais informados", o que poderá significar "uma maior exigência em serviços cada vez mais alargados".